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Digital Twins vs. Building Information Modeling (BIM)

Quando falamos de “Building Information Modeling (BIM)” e “Digital Twin Technology”, se essa é a primeira vez que você ouve esses termos e decide pesquisar na Wikipedia, a definição que encontrará é:

  • BIM (ou Modelo de Informações de Construção) é um conjunto de informações geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de um edifício.

  • Digital Twin é uma representação virtual dinâmica de um objeto ou sistema físico em todo o seu ciclo de vida, usando dados em tempo real para permitir o entendimento, o aprendizado e o raciocínio.

Compreensivelmente, existe certa confusão dentro da indústria sobre como diferenciar essas duas tecnologias importantes. A confusão, em grande parte, se resume à ênfase que muitas vezes se dá ao BIM e a falta de conhecimento profundo sobre Digital Twins. 


Quando analisamos a aplicação do BIM, de maneira prática, percebemos que a geração de documentação digital para manutenção e operação de ativos pode ser dispendiosa e demorada. Manter o modelo BIM atualizado de maneira contínua, mesmo durante a construção (as-built), é de uma complexidade gigantesca. Agora, quando falamos de operação e manutenção, sobretudo de edifícios existentes, a dificuldade é ainda maior, já que geralmente há uma falta de documentação, devido à atualizações que muitas vezes são omitidas e, a menos que sejam atualizadas, há muitas limitações para o uso do BIM na fase de O & M. Outro detalhe é que os modelos BIM, devido ao LOD aplicado, nem sempre incluem todas as informações necessárias, ou incluem muito mais informações do que se precisa para gerir uma operação. Então, o que acontece é que acabamos trabalhando com a fase de Operação de Manutenção de maneira independente.


Os Digital Twins preenchem o gap que temos hoje. Por se tratar da convergência de diversas tecnologias, dentro de uma única plataforma, os Digital Twins resolvem os problemas práticos que encontramos, gerando um ciclo virtuoso com o BIM e demais tecnologias, que encontram-se presentes, porém de maneira desintegrada. Os Digital Twins usam modelos, escaneamentos, sensores, machine learning, analytics… Focando sempre em oferecer um ambiente de fácil navegação e visualização, que irá permitir melhor compreensão do ambiente construído. 



O conceito de Digital Twins surgiu originalmente em 2002, porém tem sido praticado desde a década de 1960. Digital Twins são muito mais do que apenas a réplica digital de um ativo. Para ser considerado, de fato, um Gêmeo Digital, deve-se, obrigatoriamente existir a réplica física e a réplica digital, e ambas as réplicas devem estar conectadas, e oferecer feedback instantâneo, uma para a outra. Ou seja, a réplica virtual deve receber inputs de dados em tempo real e produzir predições ou simulações de como a réplica física será afetada por esses inputs.


Portanto, percebe-se que não se trata da substituição de uma tecnologia pela outra, mas sim da criação de um ciclo virtuoso, e convergência de novas tecnologias. O BIM continuará existindo, oferecendo o gerenciamento de dados estruturados e consistentes em um ambiente colaborativo para a tecnologia de Digital Twins, que utilizará dessa base para avançar na fase de operação e manutenção até o fim do ciclo de vida do edifício (demolição e retrofit). Oferecendo benefícios como: redução de downtime, análises preditivas, manutenção preventiva, otimização da sustentabilidade e principalmente transparência. 


A transparência dentro de edifícios e instalações está se acelerando devido à pressão que a transformação tecnológica trouxe. Depois de anos sendo sombreada, a tecnologia de construção está se tornando o centro das atenções. Os proprietários de edifícios comerciais estão se sentindo pressionados a adotar tecnologias e investir em soluções de construção inteligentes que proporcionam um melhor nível de transparência, bem como acesso a dados em tempo real para operações, produtividade, conforto e sustentabilidade.


Não podemos limitar nossa interpretação, e deixar de ver a convergência que está ocorrendo entre diversas plataformas e tecnologias. Mais do que nunca é importante compreender o que está acontecendo hoje e prever o futuro, porque as mudanças são cada vez mais rápidas. Sobretudo, quando uma tecnologia vem para somar e não substituir.

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